“Queremos aliviar sofrimentos desnecessários – físicos, emocionais, espirituais e financeiros – causados pelo modo como a empresa é conduzida. Buscamos, nada menos, que a transformação do local de trabalho, passando de um lugar de estresse e medo, para um lugar de inspiração e crescimento, do que parece a muitos uma prisão horrível a um alegre playground.” Raj Sisodia e Michael J. Gelb, no livro “Empresas que Curam”

Olá,

Neste artigo, vamos olhar os ambientes de negócios sob uma nova perspectiva.

Os locais de trabalho têm se mostrado grandes causadores de sofrimento humano.

A lógica da maximização do valor para o acionista, deixa de lado o zelo com o bem-estar e o desenvolvimento humanos.

Vivemos uma verdadeira pandemia de males mentais e emocionais relacionados ao trabalho, como depressão, ansiedade, burn out, afastamentos por licença médica. Mostrou-se  necessário, inclusive, a criação de novos termos para retratar este triste cenário, como burn on, quiet quitting, great resignation.

Os japoneses e os chineses tiveram que criar palavras para denominar “morte por excesso de trabalho”: karoshi, guolaosi, respectivamente.

A gravidade se torna ainda maior ao percebermos que a maioria das pessoas está, direta ou indiretamente, ligada a empresas. E passamos a maior parte de nossa vida voltados para o trabalho. Portanto, se exercemos nosso trabalho em um local tóxico e desestimulante, certamente nossa vida, nossa saúde e nossas relações também serão atingidas.

E se os ambientes de negócios pudessem ser a grande seara de cura e florescimento humano? A grande oportunidade para nos desenvolvermos como seres humanos?

Esta é a proposta trazida pelo livro “Empresas que Curam“, escrito por Raj Sisodia e Michael J. Gelb. De acordo com os autores o postulado de uma “Empresa que Cura”, poderia ser descrito da seguinte forma:

“ Nossa missão é aliviar o sofrimento e aumentar a alegria. Atendemos às necessidades de todos os interessados, incluindo nossos empregados, clientes, comunidades e o meio ambiente. Procuramos melhorar continuamente a vida de todos os interessados enquanto lucramos, para podermos crescer e ampliar a cura no mundo.”

Somam-se às “Empresas que Curam”, os “movimentos” Comércio Sagrado, Empresas Humanizadas, Capitalismo Consciente, Sistema B, entre outros, os quais trazem a visão de que os negócios devem gerar “impactos positivos” para todas as partes interessadas: funcionários, clientes, comunidades e o meio ambiente.

São abordagens inovadoras que buscam transformar a maneira como as empresas operam e impactam a sociedade, destacando a ideia de que as empresas têm o potencial de ser agentes de mudança positiva.

Os autores do livro “Empresas que Curam”, destacam três princípios essenciais, que distinguem essas empresas. Eles são:

1) Não causar dano –  assuma a responsabilidade moral de evitar o sofrimento desnecessário.Primum non nocere é o juramento em latim que significa, primeiro, não prejudique.

2)      Reconhecer que os funcionários são os principais participantes

3)      Definir, comunicar e viver um Propósito de Cura

Bob Chapman, CEO da Barry-Wehmiller, citado no livro, e detentor de mais de uma centena de empresas, adota uma “liderança humana”, a qual se manifesta em uma declaração exibida nas paredes da sede da empresa, em St. Louis:

“Medimos o sucesso pelo modo com que tocamos a vida das pessoas.

Não pelo poder. Não pela posição. Não pelo dinheiro. Não pelo crescimento. A verdadeira liderança humana mede o sucesso pelo qual as vidas humanas são enriquecidas e curadas.”

Há que se destacar que estas ideias não são de um pacifista utópico, porém, de um empresário que alcançou receita de aproximadamente US$ 3 bilhões de dólares em 2018, cujo preço das ações cresceu a uma taxa composta de 17% ao longo de 20 anos.

E, em índices comparativos entre as “Empresas Humanizadas Americanas” e “Standart & Poor 500” ( S&P 500”, observa-se a performance claramente superior das primeiras. Em 20 anos, os resultados acumulados chegam a 2077% ( Humanizadas ), contra 269% do grupo S&P 500.

A adoção de práticas mais humanizadas e a criação de ambientes de mais saúde mental ganhou mais um incentivo recentemente com a chegada da Lei 14831/24, a qual prevê que as empresas que adotarem determinadas práticas em prol da saúde mental e bem estar de seus trabalhadores, poderão receber um Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental.

Podemos perceber, portanto, diversos incentivos e vantagens de adotar uma cultura benéfica e em prol do bem-estar e do desenvolvimento humano. Não só por que é o certo a se fazer, porém, também, por ser uma estratégia de sucesso para o crescimento dos negócios.

Para se atualizar das principais práticas e tendências que os líderes precisam dominar no cenário atual – e futuro – dos negócios, te convido a conhecer meu treinamento Gestão e Liderança na Nova Era dos Negócios

Vamos juntos transformar a sua empresa em um local de cura e desenvolvimento humano?

Te aguardo!

Abraços,

Ana Clara Laaf