“Apenas pessoas podem nos surpreender com saltos quânticos. Apenas pessoas podem fazer dez vezes mais do que elas mesmas imaginavam possível. Apenas pessoas podem superar seus sonhos mais ousados, e apenas pessoas podem nos fazer sentir ótimos no final do dia. Tudo o que consideramos de valor na vida e nos negócios começa e termina com pessoas.”
Raj Sisodia e Bob Chapman, no livro “Todos são importantes”
Na Nova Era do Negócios, o papel fundamental das lideranças é criar um ambiente de florescimento para que cada ser humano sinta-se seguro para se expressar em sua máxima potência e criatividade! Nada floresce em um ambiente de medo ou ameaça!
Segurança Psicológica como alicerce
A segurança psicológica é um alicerce indispensável para o desenvolvimento de um ambiente de trabalho engajado e de alta performance.
Quando as pessoas sentem que podem expressar suas ideias, preocupações e erros sem medo de retaliação ou humilhação, isso abre espaço para a inovação, a criatividade e o desempenho otimizado e é fundamental para o sucesso organizacional.
Seqüestro da Amígdala
Um conceito importante que reforça a necessidade da segurança psicológica é o “seqüestro da amígdala”. A amígdala, uma parte do cérebro associada ao processamento de emoções como medo e ansiedade, pode desencadear reações de luta ou fuga em situações percebidas como ameaçadoras.
Quando os funcionários estão imersos em um ambiente de trabalho que incita medo ou ameaça, a constante ativação da amígdala impede que eles acessem plenamente o córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento crítico, inovação e resolução criativa de problemas. Sob essas condições, o potencial dos indivíduos é severamente limitado, restringindo a criatividade e a colaboração que são vitais para qualquer organização próspera.
Cenário de medo e adoecimento
No entanto, o que observamos nos ambientes corporativos atuais é que a saúde mental dos trabalhadores está em um ponto de crise.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão globalmente, com muitos casos ligados ao estresse no local de trabalho.
Estudos mostram que o Burnout, uma síndrome resultante de estresse crônico no trabalho que não foi adequadamente gerenciado, afeta 77% dos trabalhadores de acordo com uma pesquisa da FlexJobs e Mental Health America.
A ansiedade relacionada ao trabalho e o suicídio são outras preocupações crescentes. Nos EUA, o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) indica um aumento nas taxas de suicídio entre grupos profissionais, destacando a urgência de abordar essas questões de bem-estar. E o Brasil figura como o “país mais ansioso do mundo”.
O desafio do engajamento
Atualmente, os líderes enfrentam um desafio crescente: motivar e engajar pessoas e equipes em um ambiente de trabalho que se vê constantemente abalado por fenômenos como baixo engajamento, alto turnover, presenteísmo e absenteísmo. Diversos estudos e pesquisas têm lançado luz sobre essas questões, destacando a urgência de abordagens eficazes para melhorar o bem-estar e a motivação dos colaboradores.
De acordo com um relatório da Gallup, apenas 21% dos funcionários globalmente se sentem engajados no trabalho. Este baixo nível de engajamento gera custos exorbitantes para as empresas, tanto em termos financeiros quanto em perda de conhecimento e expertise.
A situação é agravada pelos fenômenos da “Grande Resignação” e da “Demissão Silenciosa”, onde os colaboradores se desconectam emocionalmente dos seus empregos, muitas vezes sem qualquer intenção explícita de deixar a organização.
Este fenômeno tem sido associado à busca dos funcionários por um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, propósito e satisfação no trabalho.
Estratégias para o engajamento e segurança psicológica
Para os líderes que desejam enfrentar esses desafios e criar equipes mais engajadas e produtivas, algumas estratégias podem ser adotadas:
1. Promover a Segurança Psicológica: Criar um ambiente no qual os funcionários se sintam seguros para expressar opiniões e assumir riscos sem medo de repreensão pode aumentar significativamente o engajamento e a inovação.
2. Fomento de uma Cultura de Apoio e Inclusão: Desenvolver um ambiente de trabalho que valorize a diversidade e a inclusão ajuda os funcionários a se sentirem pertencentes e valorizados.
3. Promoção da Saúde Mental e Bem Estar: Implementar programas de apoio psicológico e criar um ambiente onde os funcionários se sintam à vontade para discutir questões de saúde mental sem medo de estigma é crucial.
4. Fomentar um Propósito Claro: Assegurar que os funcionários compreendam e se sintam conectados ao propósito e aos objetivos da empresa pode aumentar o engajamento ao alinhar o trabalho diário com valores pessoais.
5. Desenvolvimento de Liderança Empática: Líderes devem ser treinados para reconhecer o valor da empatia, conectando-se autenticamente com suas equipes e proporcionando suporte emocional adequado.
6. Autonomia e Flexibilidade no Trabalho: Oferecer aos funcionários maior flexibilidade e controle sobre seu trabalho pode aumentar a satisfação e o engajamento.
7. Oportunidades de Crescimento e Desenvolvimento: Incentivar o aprendizado contínuo e o crescimento profissional dentro da organização pode manter os funcionários motivados e engajados.
Portanto, para que os colaboradores possam manifestar seu pleno potencial, é essencial que os líderes criem e sustentem um ambiente de segurança psicológica e pertencimento, onde a diversidade de pensamentos é não só aceita, mas encorajada.
Para capacitar líderes a criarem ambientes regenerativos, seguros e de alta performance, eu e Marco Andrade Brandão, desenvolvemos o treinamento “Regenerar para Transformar”.
Dividido em quatro módulos, abordamos o contexto atual nas empresas, as teorias de motivação humana, as “softskills” mais relevantes para liderança no cenário atual e futuro dos negócios e os pilares para criar uma cultura “viva”, inclusiva e de alta performance!
Vamos juntos tornar as empresas locais seguros, saudáveis e regenerativos, de alta expressão pessoal, produtividade e performance!
Abraços,
Ana Clara Laaf